O setor de franchising apresenta-se como oportunidade de expansão para as marcas brasileiras; o caminho seguinte é a internacionalização.
Modelos enxutos, venda direta, interiorização de marcas, economia criativa e foco em nichos específicos, como idosos ou pets. Essas são algumas das principais tendências para o setor de franquias, que apresenta crescimento constante nas últimas décadas. Na contração de muitos segmentos, inclusive do varejo em geral, o setor de Franquias registrou crescimento de 6,8% no faturamento no segundo trimestre de 2017, anotando R$ 35.180 bilhões. Mas, como entrar nesse mercado? Qual segmento de atuação escolher? Existe algum formato de franquia ou marca específica para determinado perfil de empreendedor?
INFORMAÇÃO E ATITUDE
Esse foi um dos temas centrais do Brasilshop São Paulo 2017. A Alshop reuniu grandes nomes do setor de franquias, entre marcas e especialistas, para sanar dúvidas e compartilhar grandes histórias. Os painéis “Novos Formatos, Novos Negócios”, “Gestão Integrada + Ousadia” e “Franquia, o Negócio de Menor Risco” contaram com a participação de Adriana Auriemo (Nutty Bavarian), Stefan Nilsson (Grand-Vision by Fototica), Luiz Eduardo Falco (CVC), Ana Vecchi(Vecchi Ancona), Paulo Camargo (McDonald´s), Mércia Machado Vergili (GSPP) e Donato Ramos (Imaginarium). “Contamos como a Nutty Bavarian está se reformulando e criando alternativas, tanto no universo das franquias quanto alternativas de produtos e novas maneiras de vender. Falamos também da nossa internacionalização: a marca nasceu nos EUA, trouxemos para o Brasil, criamos um novo modelo de negócios e de franquias e, agora, estamos levando novamente para os EUA”, declara Adriana Auriemo. Ela pontua que o evento foi riquíssimo, trazendo conteúdo de vários segmentos. Além do case, especialistas em franquias trouxeram esclarecimentos sobre o passo a passo para transformar a marca em uma franqueadora, e outros insights para quem quer se tornar um franqueado. “A nossa contribuição foi desmistificar algumas questões sobre franquia e falar com experiência da nossa vivência na franquia, para fortalecer o varejo e todos os negócios”, pondera Mércia Machado Vergili.
TECNOLOGIA A SERVIÇO DO CONSUMIDOR
As práticas do dia a dia exigem, além de gestão eficiente, uma boa dose de ousadia para sair da zona de conforto e conquistar mais. Prova disso foram as apresentações dos CEOs da CVC – maior franquia de serviços do Brasil – e do McDonald´s, provavelmente a franquia mais forte do mundo.
“Na CVC, estamos bastante focados em gente e em tecnologia”, afirma Luiz Eduardo Falco. “Tentamos passar nossa visão sobre esse futuro, que mistura internet e loja física, extraindo o melhor de cada universo. Também focamos no cliente, que é único. E usamos as informações sobre o trafego e as taxas de conversão para obtermos chances maiores de venda”, diz. A tecnologia também está no centro das ações do McDonalds. “Há várias coisas acontecendo no mundo do McDonald´s, o que estamos chamando de McEvolution. Muitas ações legais. Destaco nossa loja nova que mostra toda essa experiência e oferece tecnologia, funcionários mais bem preparados para o atendimento personalizado e muita interação. Nela, o senhor cliente, como eu gosto de chamar, tem a oportunidade de controlar a própria experiência”, pontua Paulo Camargo. Informação, experiência, convergência: é o universo franchising ainda mais dinâmico do que o varejo tradicional.
Um passo além
Depois de experimentar e crescer, pode ser que as fronteiras do país comecem a limitar o seu negócio. É nesse momento que a internacionalização entra no radar das marcas. Por esse motivo, o painel “Sem Fronteiras” abordou todas as oportunidades e desafios encontrados pelas marcas brasileiras no exterior. Se há pontos de observação, certamente há também aqueles que tornam a jornada ainda mais fácil além das fronteiras. Gabriel Grasiusso (Surplus), Paulo Cesar Mauro (Global Franchise), Ricardo Camargo (Alshop) e Sergio Frota (WTC Business Club) apresentaram o cenário internacional e comentaram cases de sucesso de marcas brasileiras no exterior. E falaram sobre a concorrência que marcas estrangeiras representam quando aportam por aqui. “Trouxemos um pouco da nossa experiência com diversas marcas de varejo e franquias de todo o Brasil na expansão internacional através da rede do World Trade Center, presente em quase 100 países e em mais de 300 cidades. Com o nosso core business, temos acesso ao mercado internacional, obtendo bons resultados para diversas marcas brasileiras fora do país”, enumera Sergio Frota. Ele fez, ainda, uma declaração sobre o evento: “Quero parabenizar a Alshop por essa iniciativa, por mais um ano realizando esse evento. O Brasilshop tem um nível excelente até pela qualidade das informações que são compartilhadas entre os clientes, os cases apresentados, e as tendências que os segmentos de varejo e franquias vêm desenvolvendo”, finalizou o executivo.